PEDRO LIÑARES

Pedro Liñares (Rio de Janeiro, 1988) lives and works in Lisbon. He focuses his practice and research on the role of the image in contemporary society, treating it as a material that can be manipulated and repurposed in various forms. At Plato, he presented "Relógio de Sol", a collaborative exhibition with Pedro Barassi. It began with a site-specific video installation and a series of paintings in an immersive environment.


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Matter and how you dematerialize it in your paintings results from a process and a search. How would you define this? I think it might be an ongoing search for something I don't know what. Each painting presents challenges and questions in all its aspects, and they often suggest solutions. Over time, certain things become clearer, while others become less so during the daily dedication to painting. I believe that matter is just one of the layers of poetics and narrative to be worked on, never ignored but not always prioritized. There are certain paintings I have created that are based on a process of materializing and dematerializing images, but others are not. It depends a lot on the subject, intention, and objective of each work.

How would you describe your work process? I think I work all day, every day. The studio and the production of paintings are a space for catalyzing everything I have ever experienced, seen, and felt. Sometimes it provides a space for experimenting with and bringing ideas and plans to life. Other times, it is a space for error, chaos, improvisation, and repeated attempts to achieve results that interest me.

What are the main themes in your work of significant concern to you?  I am intrigued by the influence of images in society and our daily lives. I am keen on exploring unconventional and non-repetitive approaches to working with images, aiming to discover what is authentic, distinctive, and meaningful to me in my environment and emotions.

Which painting of yours best represents your career as an artist? I think that one of the paintings exhibited in Relógio de Sol at PLATO, which is called “naquele canto descansamos” (in that corner we rest) sums up well what I consider to be the objective I have when I set out to work with painting. She can have multiple meanings and super personal emotions, indescribable and unattainable in words, but through pictorial solutions and painting techniques I can feel them. As if the painting became a visual representation of the moments and sensations I have experienced, serving as a reminder or a shortcut.

Finally, what are you currently working on? The past few months have been filled with intense studio work. On June 29th, I opened the exhibition "Nunca se está sozinho" at Galeria 111 in Lisbon, alongside my dear friends Eduardo Antonio, Isadora Almeida, Heron P. Nogueira, and Pedro Barassi. The exhibition featured a text by Gonçalo M. Tavares. This exhibition is a project we created and have been working on for more than two years. This month, I held my first solo show "Atlas" at Hew Hood Gallery in London, featuring a series of small-format paintings. Furthermore, I am showing some paintings at the Monitor Gallery (Lisbon) in the group show “Pequenas Notas sobre Figuração II”.

PT

Pedro Liñares (Rio de Janeiro, 1988) vive e trabalha em Lisboa. Direciona a sua prática e pesquisa à imagem e ao seu papel na sociedade contemporânea, a imagem como uma matéria que pode ser trabalhada e reutilizada noutros formatos. Na Plato expôs “Relógio de Sol”, uma exposição conjunta com Pedro Barassi, que partiu de uma videoinstalação site-specific e uma série de pinturas num ambiente imersivo.


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A matéria e o modo como a desmaterializas nas tuas pinturas é resultado de um processo e de uma busca. Como definirias isto? Eu acho que pode ser uma busca contínua por algo que não sei bem o que. Cada pintura apresenta desafios e questões em todos seus aspectos, e elas próprias sugerem por muitas vezes soluções. Com o tempo algumas coisas já são mais claras e outras menos durante o processo diário que é a dedicação à pintura. Acredito que a matéria é apenas uma das camadas de poética e narrativa a serem trabalhadas, nunca ignorada mas nem sempre priorizada. Há certas pinturas que já fiz que se sustentam em um processo de materializar e desmaterializar imagens mas outras tantas não, depende muito do assunto, intuito e objetivo de cada trabalho.

Como caracterizas o teu processo de trabalho? Acho que trabalho o dia inteiro, todos os dias. O atelier e a produção das pinturas são um espaço de catalisação de tudo aquilo que já vivi, já vi, já senti. Por muitas vezes é um espaço de experimentação e materialização de ideias e planos e por outras tantas espaço para o erro, caos, improviso e repetidas tentativas de atingir resultados que me interessam.

Quais os temas que são parte integrante do teu trabalho e que constituem para ti inquietações?  Acho que meu grande tema de interesse é a imagem e seu papel na sociedade e nas nossas vidas.Tenho uma preocupação em trabalhar imagens sem ser óbvio nem repetitivo, buscar aquilo que é realmente genuíno, único e verdadeiro para mim dentro das coisas que me cercam e que sinto.

Que pintura tua escolherias para sintetizar o teu percurso enquanto artista? Acho que uma das pinturas que estavam expostas em RELOGIO DE SOL na PLATO que se chama “naquele canto descansamos” sintetiza bem aquilo que considero ser o objetivo que tenho quando me proponho a trabalhar com pintura. Ela tem uma capacidade de ter múltiplos significados e emoções super pessoais, indescritíveis e inatingíveis em palavras, mas que através de soluções pictóricas e técnicas da pintura consigo senti-las. Como se a pintura passasse a ser uma representação imagética de momentos e sensações que vivi, um lembrete ou um atalho.

Por último, em que estás a trabalhar atualmente? Os últimos meses foram de trabalho intenso de atelier. No dia 29 de Junho inaugurei a exposição “Nunca se está sozinho” na Galeria 111 (Lisboa), juntamente com meus queridos amigos Eduardo Antonio, Isadora Almeida, Heron P Nogueira e Pedro Barassi, com texto de Gonçalo M. Tavares. Esta exposição é um projeto idealizado por nós e que vem sendo trabalhada há mais de dois anos. Já em Julho inaugurei a minha primeira individual na Hew Hood Gallery (Londres) chamada “Atlas”, com uma série de pinturas em pequeno formato. Além disso estou a mostrar algumas pinturas na Monitor Gallery (Lisboa) na coletiva “Pequenas notas sobre figuração II”.

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